quarta-feira, 25 de maio de 2016

A burra de ferro

Viana Coimbra vivia em Manaus e tinha uma filha, a Augusta, rapariga de tempera que gostava da festas  e comidas picantes. À mesa, os moleques alinhavam a taça de metal com manteiga assente em cubos de gelo e outra de vidro transparente lapidado cheio de frescas malaguetas. Trincava-as de forma provocatória, sem esgares, como se se tratasse de doces tâmaras e só parava quando o rubor ultrapassava o tolerável a uma rapariga prometida.

José, primo de Augusta, inicia em 1920, em Portugal, seu país, uma carreira promissora como empresário ligado à banca e aos transportes marítimos, o que o levou a viagens sucessivas ao Brasil, levando sempre os seus pertences e bens de mais valia,  como se de um amuleto se tratasse, numa  burra, antiga arca de ferro de família, até que, um dia, se compromete com Augusta culminando num banquete pomposo na Pensão Mericastro, na Foz.

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Prímula Matinal
 
 

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