Em
dias prazenteiros era observá-la, às tardes, antes da merenda, a deambular delicadamente
pelo “Jardim do Cândido”, aquele brasileiro de torna viagem, pleno de intuição
para os câmbios e papéis de crédito mas que tornou defunta a antiga muralha com
o intuito de presentear a terra natal com um belíssimo e aprazível recinto
arborizado, sobranceiro às serenas e flávias águas do Rio Tâmega.
Escutava
a banda filarmónica que abarrotava o rendilhado coreto. E, tudo semelhante a uma
praxe, sentava-se e dedilhava sobre a coxa direita, as marchas e as polcas, como
se do seu piano se tratasse.
Percorria
o Bairro da Madalena, acenando para a progenitora que àquela hora mirava os
transeuntes da janela da sala, galgava a eito o magnífico legado da romanização
do obreiro Optimus Princeps Imperador Trajano - tropeçando de quando em
vez nas reminiscências do antigo balneário romano -, cruzava a azáfama do
Arrabalde, e culminava a sua jornada na Ouriversaria da Madrinha, bem no âmago
da Rua Direita.
Intervalando
com a clientela, que nem duas tontas à galhofa, iam lendo os versos da formosa
e delicada Bella, salpicados de humor e rima, até que o aroma a chá e torradas
invadia o aposento, indicando pausa para lanche.
Pautou
sempre o quotidiano com brandura e distinção, pilares espelhados nas sedosas feições,
evocando quiçá Léa e Jacó…
A
Galega de Castro
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