quarta-feira, 20 de abril de 2016

HISTÓRIA,ESTÓRIA XAMANISMO.VIGÁRIO VIANDAS,MINUDÊNCIAS SEMÂNTICA,REMANSO …

Quando me inscrevi numa Universidade Cultura e não Sénior, para não passar os dias só com tachos ou ferro de engomar, e Sénior fazia-me  sentir cota, velhinho ou velhote, ou então “peste grisalha”, encontrei também o Ambrósio.
Após as perguntas da praxe e às vezes inconvenientes como: “que fazes, casaste, tens filhos, netos", etc., começámos a falar dos nossos tempos de Faculdade.
Apesar da sua idade, ainda dava um ar dos seus tempos de mocidade. Não muito risonho, mas sempre com uma piadinha escondida, cabelos castanhos claros, olhos esverdeados e altura a necessária.
De mim não vou falar porque nunca mais chegaria ao fim, conforme norma do sexo oposto.
Relembramos, rimo-nos, perguntamo-nos por este ou por aquela e fiquei com a certeza, para não dizer “impressão”, de que regressámos aos nossos anos de gozo, juventude, aventura ou inconsciência programada.
Nestes momentos de saudade, aproximou-se uma colega com um bonito sorriso, que me deixou a ideia de ter sido não qualquer coisa mas, um borracho no seu tempo. – Já tinha reparado nela pelo seu riso aberto e atraente.
Quando chegou, meteu na mão dele um chocolate de marca Regina, reparei eu na marca (o chamado olhar curioso feminino) e recebeu um beijo na face.
Quando acabou a aula, ao descermos as escadas, o Ambrósio deve ter reparado no meu olhar curioso e rebateu de imediato: esta nossa colega que conheci aqui, além de simpática e bem-disposta, oferece a alguns colegas um chocolatinho; um dia numa aula, ao falarem nisso, disse por brincadeira: “isso não vejo eu”
Então voltou-se para trás e, com o seu sorriso, perguntou: também gosta de chocolates? Evidentemente,  respondi. Claro, senão, não dizia isso.
A partir daí lá tenho o meu chocolate e ela um beijo.
Um dia veio ter comigo um pouco encolhida e disse: o colega vai desculpar mas hoje não trouxe, mas tenho um rebuçadinho para si; agradeci e dei de igual o modo o meu beijo.
Quando reparei, era um dos que a Conceição tem na secretaria numa tacinha.
Aqui tens Anne a história do chocolate
Despedimo-nos com um até manhã, sem chocolates, mas com um beijo. Pelo caminho pensei: este Ambrósio continua o mesmo e o seu nome condiz com os chocolates.
regina,imperial  chocolate preto, chocolate branco  allegro, milka kit-kat, mars …



AnneChrist

Vera Cruz






O N/T Vera Cruz foi um paquete português. Pertenceu à Companhia
Colonial de Navegação (CCN), a quem serviu entre 1952 e 1973, tendo
atendido a linha do Brasil.
Foi construído nos estaleiros da Société Anonyme John Cockerill, na
Bélgica, em 1950. De concepção avançada à época, foi o primeiro
grande paquete português, uma vez que os navios de passageiros até
então, excepto o "N/T Serpa Pinto", constituíam-se em unidades mistas
de passageiros e carga.
A sua construção custou ao estaleiro 86 000 horas de trabalho e foram
utilizadas 8 mil toneladas de aço e 150 toneladas de alumínio, sendo
instalados no navio 240 quilómetros de cabos elétricos e 96 quilómetros
de encanamentos. Estiveram envolvidos na construção cerca de 1.000
técnicos e operários, que trabalharam durante 18 meses.

Casa Bertrand






A mais antiga notícia que há, positivamente averiguada, da Casa Bertrand data de 1747, isto é, de há 269 anos. Estava, então, estabelecida na Rua Direita do Loreto, esquina da rua do Norte. A firma do estabelecimento, a esse tempo, era, porém, a seguinte: Pedro Favre e Irmãos Bertrand. (…). Mas como é de presumir antes de 1747 já a casa existia, não sendo todavia possível, com os elementos bibliográficos de que há notícia, precisar a data. 

Desafiando o hemisfério esquerdo?

Escrevivendo...


BENGALA



- Qual é a sua graça?
 - Tem dias … depende do propósito, da ocasião …coexiste variedade de desempenhos…
 - Frequentemente bordão, esteio, cajado, vara, peregrina, alicerce, amparo, muleta, visão…
- Nas temporadas glamorosas, alcunha de mero adorno ou imprescindível objeto da tendência.


A Galega de Castro




Pecam santos, canta o galo,
Saltam musas, erguem copos,
Divinas, fundas, do mar,
Liras de som e prazer
Tocam, tangem, piam, ganem,
Arrancam o musgo fulvo
Que a orgia se  espraia
Como mosto no lagar

Prímula Matinal

A arqueologia das coisas

A arqueologia das coisas
Ciência que pela descoberta e análise dos vestígios da actividade humana nos permite vislumbrar o passado





O lavabo em prata inglesa está na nossa família há muitos anos. Pelo relato da minha mãe o mesmo foi recolhido numa praia em Matosinhos por onde o mar o transportara na sequência do naufrágio de um paquete. Ao confrontar todas as marcas, tornou possível identificar a seguinte inscrição: ELKINGTON PLATE. Uma pesquisa na internet permitiu verificar que a mesma corresponde a uma reputada firma Britânica de ourives, especializada em pratas, cujas origens remontam a 1836. Esta firma sofreu várias transformações como ELKINGTON e Cª até 1968. Outra marca, na frente do lavabo, um emblema circular em torno de uma figura estilizada de um leão com um feixe de sete setas na mão esquerda e uma espada na mão direita que corresponde à figura central do brasão da Casa Real Holandesa com origem na Casa de Orange e Nassau. Rodeia esta figura a inscrição KONINKLIJKE HOLLANDSCHE LLOYD, sendo o círculo encimada por uma coroa real. Companhia de navegação Holandesa a quem foi atribuída a honorária titulação de Real. O naufrágio ocorreu no porto de Leixões em 12 de Dezembrode 1934, depois da colisão frontal com o navio de carga Loanda. O navio levava 158 tripulantes e 121 passageiros. Felizmente todos se salvaram.
O navio era o Oriana.


8x10

terça-feira, 12 de abril de 2016

Hoje saiu-me um dia


Hoje saiu-me um dia em que me apetece passear um cão.
Um rafeiro, talvez daqueles que nos cheiram e descodificam a alma.
Está um abril atlântico, sereno, onde as ondas escorrem pelo mar adentro.
O hipotético cão já não é irreal: brinca na areia, corre, espolinha-se na água,
sacode-se, esparrama-se, e volta para me devolver as algas profundas,
dormentes do oceano.
De seguida, projecta  o olhar e esfuma-se ténue por entre as espumas.

Prímula Matinal

METRO E TESOURA

Em parceria, retalhávamos e mediamos peças “a grosso” de pano, fundamentalmente lã, provenientes de fábricas inglesas e portuguesas, estas enraizadas em zonas de profunda atividade agro-pastoril, encabeçadas pela secular cidade dos lanifícios – a Covilhã – secundarizada pelo Fundão, Seia, Castelo Branco, Portalegre e a região do Vale do Ave.
Simbolizamos a época áurea dos viajantes e suas malas contendo amostras das últimas novidades em “tweed”, “escocês”, “princípe de gales”, “pied de poule”, “flanela”, “feltro”, “angorá”. Eram cavaleiros imbuídos de espírito de templário a calcorrear a Nação com afinco,  almejando retorno ao armazém da Rua de Passos Manuel, o “Porto de abrigo” corolário de negócio materializado.
No início das estações, em frenesim, modistas de alta-costura e refinados alfaiates percorriam o soalho de tábua trincada mirando os rolos das fazendas amontoadas na correnteza de prateleiras ou em trânsito sobre as bancadas, na demanda dos últimos exclusivos!
Desde 1921, oriunda da Invicta, num cenário mercantil, dia-a-dia, testemunhámos aquela que foi uma atividade crucial no tecido desta urbe nortenha.


A Galega de Castro


Caneta, papel e envelope


Mantemos o encanto mas, outrora, em tudo semelhante a Calvero e Teresa, assumimos a ribalta! Foi apogeu!
Envergando traje de guionistas, ícones de partilha, transmissores sem fios de estados de alma como fracasso, sucesso, amargura, amor, saudade, ódio, idealização, negócio, mistério,… frequentemente segredo, atingimos estrelato.
Agora, somos que nem estilhaços com roupagem de elegantes símbolos distintivos…

A Galega de Castro