terça-feira, 12 de abril de 2016

METRO E TESOURA

Em parceria, retalhávamos e mediamos peças “a grosso” de pano, fundamentalmente lã, provenientes de fábricas inglesas e portuguesas, estas enraizadas em zonas de profunda atividade agro-pastoril, encabeçadas pela secular cidade dos lanifícios – a Covilhã – secundarizada pelo Fundão, Seia, Castelo Branco, Portalegre e a região do Vale do Ave.
Simbolizamos a época áurea dos viajantes e suas malas contendo amostras das últimas novidades em “tweed”, “escocês”, “princípe de gales”, “pied de poule”, “flanela”, “feltro”, “angorá”. Eram cavaleiros imbuídos de espírito de templário a calcorrear a Nação com afinco,  almejando retorno ao armazém da Rua de Passos Manuel, o “Porto de abrigo” corolário de negócio materializado.
No início das estações, em frenesim, modistas de alta-costura e refinados alfaiates percorriam o soalho de tábua trincada mirando os rolos das fazendas amontoadas na correnteza de prateleiras ou em trânsito sobre as bancadas, na demanda dos últimos exclusivos!
Desde 1921, oriunda da Invicta, num cenário mercantil, dia-a-dia, testemunhámos aquela que foi uma atividade crucial no tecido desta urbe nortenha.


A Galega de Castro


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