segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Lua, de seu nome



Dissimuladamente foi-se incorporando no clã, merecendo atualmente as honras de membro honorário.
Iniciava-se o equinócio primaveril quando nos cruzámos nas cercanias do berço da Deu-la-Deu, lá para as bandas de S. Salvador de Cambezes, povoado ancestral com odor a sangue celta.
Alegre e saltitante, a jovem pigarça disfrutava do campo verdejante, que já ameaçava florir, folgando com familiares. Sedosos cabelos ruivos adornavam-lhe as feições, matriz simbólica do padrão de beleza medieval anglo-saxão.
Subitamente, olhámo-nos e logo experimentámos a laçada. Acabava de ocorrer o feitiço!
Pautando o seu dia-a-dia pela discrição crivada com laivos de acanhamento a delicada senhorinha, portadora de olhos cor de avelã, tal como uma atenciosa confidente, trajando fidelidade, rematou com xeque-mate a estrada das nossas vidas.
Em rotação sincronizada, esta satélite do lar é a Lua de seu nome.
A Galega de Castro

4 comentários:

  1. Gostei muito. Ainda hoje recordo, com saudades, tinha os meus 7 ou 8 anos, um rafeiro, pequenito,sempre disposto a colaborar nas minhas brincadeiras.

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  2. Gostei muito. Ainda hoje recordo, com saudades, tinha os meus 7 ou 8 anos, um rafeiro, pequenito,sempre disposto a colaborar nas minhas brincadeiras.

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