Para evitar a cena diária matinal,
de resmungar com o sujeito que via ao espelho no quarto de banho, alterei a
minha higiene diária com uma oferta familiar.
Como me levantava cedo por
questões profissionais, antes de me submeter ao banho, colocava à mão três
peças essenciais para me barbear. A saber, pincel,espuma da barba e o lápis hemostático.
Este último apetrecho era usado
normalmente ao mesmo tempo dos anteriores, depois de barbear. O que significa
que os cortes eram usuais, apesar de sair do banho com a pele dilatada pelo
calor da água.
Não digo o que dizia diariamente após
esta cena matinal: por ter de levantar cedo, a dormir ou acordado, tinha de me
cortar.
Alguém, talvez por estar já farto
de ouvir sempre as mesmas coisas, teve um ideia fenomenal.
Uma manhã ao entrar no quarto de banho,
reparei num embrulho rectangular mas, como estava mais preocupado com o meu
trabalho matinal, fiquei por ali.
Ao sair ouço:
-Então, fizeste melhor a barba,
hoje?
Ao fazer a pergunta olhou para dentro
do quarto de banho.
-Porquê, nota-se? – Respondi.
Entrou e mostrou-o, com o seguinte
comentário: “ando eu a gastar dinheiro não sei para quê…!!”
Era uma máquina de barbear
Philishave 755.
Depois de deitar fora ou dar, já
não me lembro, os ditos aparelhos auxiliares, agradeci com um grande beijo,
para começar o dia.
E os outros? – Evidentemente que
não podia, depois de fazer a barba com a máquina, beijá-la todos os dias.
Éramos dois a viver em casa.
AnneChrist
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