quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Viagem à Berlenga









Um dia, estando acampados em Peniche convenci o meu marido a ir à Berlenga mas antes de irmos ele quis ir ao turismo para saber como era. Chegados lá houve este diálogo entre o meu marido e os funcionários que eram dois jovens:
- Menina diga-me por favor como é o barco para a Berlenga? Ainda é a lenha?
- Não sei. Ó João o barco é a lenha?
-Não, já não é.
-Ah! Bem me parecia!
Entretanto eu tinha fugido para a porta sem já poder conter o riso.
Fomos à farmácia comprar um medicamento para o enjoo, pois o meu marido não queria correr riscos e ao cais comprar os bilhetes para o dia seguinte. Lá havia uma pequena barraca de madeira onde estava um homem a vender os bilhetes. Então seguiu-se o diálogo:
- Ó senhor! Quero dois camarotes de primeira.
- Só tenho bilhetes para o enjoo.
- Bom, paciência, então venham lá dois bilhetes para o enjoo.
No dia seguinte, depois de tomarmos um comprimido, sim pois o meu marido não quis ser apenas ele a tomá-lo e não me restou outra solução pois senão não haveria viagem, lá fomos para o cais.
Entre as pessoas que entraram para o barco ia uma alemã já com cara de enjoo e eu logo vi que não escapava e comentei isso com o meu marido.
Lá fomos entre um grupo de jovens e alguns iam dizendo:
-Gregório…. Gregório… e os outros já iam um tanto aflitos.
Chegados lá ao sair reparei que a alemã estava com um ar de enterro, coitada!
Durante  a manhã visitamos às grutas, num pequeno barco com o barqueiro a cantar o fado enquanto entravamos numa gruta que parecia não ter fim. Já estava muito escuro e não se via nada mas o homem continuava a remar e a cantar até que o meu marido lhe disse para voltar porque já não se via nada pois estavamos em plena escuridão.
Depois tomamos um bom banho no mar, na linda e única praia que lá há.
Fomos almoçar a um pequeno restaurante, o único lá existente que mais parecia uma tasquinha:
- O que é que há para comer? (perguntou o meu marido a um rapazinho que veio servir-nos)
- Senhor, há caldeirada de “pexe”.
-“Atão venha de lá essa caldeirada”
No final o rapaz veio perguntar-nos o que queríamos para sobremesa.
- Quero uvas.
-“Na” há.
-“Atão” quero peras.
Também “na” há.
- “Atão” o que é que há?
-Só há pêssegos.
-“Atão”venham daí os pêssegos.
Coitados eram muito pequenos e verdes e estavam intragáveis.
Depois de um passeio pela ilha, cerca das 5 horas da tarde voltamos para o barco.
Mais uma vez lá veio a alemã com um ar que fazia dó, mas não havia outra forma de regressar e a viagem de regresso foi mais dura que a ida pois com o vento as ondas entravam no barco por um lado e saíam pelo outro. Não enjoamos até porque o meu marido achou por bem tomarmos mais uma dose do medicamento.
Chegados ao parque de campismo sentamo-nos a descansar, e embriagados pelos medicamentos, pois não deveríamos ter tomado à vinda, adormecemos um encostado ao outro durante horas  pois lembro-me que nem jantamos.
Passado mais ou menos um mês vimos uma notícia num jornal diário sobre um burro que o faroleiro lá tinha. O burro estava a ficar muito agressivo e ferrava nas pessoas. Então pensaram que era por não ter companhia e resolveram trazê-lo a Peniche para ele “namorar” uma burra mas coitado dele que também enjoou e não aconteceu nada. Então a solução foi levar a burra até ele e assim já não houve complicação.
  
Athena

19.01.2016

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