Um dia, estando acampados em
Peniche convenci o meu marido a ir à Berlenga mas antes de irmos ele quis ir ao
turismo para saber como era. Chegados lá houve este diálogo entre o meu marido
e os funcionários que eram dois jovens:
- Menina diga-me por favor como é
o barco para a Berlenga? Ainda é a lenha?
- Não sei. Ó João o barco é a
lenha?
-Não, já não é.
-Ah! Bem me parecia!
Entretanto eu tinha fugido para a
porta sem já poder conter o riso.
Fomos à farmácia comprar um medicamento
para o enjoo, pois o meu marido não queria correr riscos e ao cais comprar os
bilhetes para o dia seguinte. Lá havia uma pequena barraca de madeira onde
estava um homem a vender os bilhetes. Então seguiu-se o diálogo:
- Ó senhor! Quero dois camarotes
de primeira.
- Só tenho bilhetes para o enjoo.
- Bom, paciência, então venham lá
dois bilhetes para o enjoo.
No dia seguinte, depois de
tomarmos um comprimido, sim pois o meu marido não quis ser apenas ele a tomá-lo
e não me restou outra solução pois senão não haveria viagem, lá fomos para o
cais.
Entre as pessoas que entraram para
o barco ia uma alemã já com cara de enjoo e eu logo vi que não escapava e
comentei isso com o meu marido.
Lá fomos entre um grupo de jovens
e alguns iam dizendo:
-Gregório…. Gregório… e os outros
já iam um tanto aflitos.
Chegados lá ao sair reparei que a
alemã estava com um ar de enterro, coitada!
Durante a manhã visitamos às grutas, num pequeno barco
com o barqueiro a cantar o fado enquanto entravamos numa gruta que parecia não
ter fim. Já estava muito escuro e não se via nada mas o homem continuava a
remar e a cantar até que o meu marido lhe disse para voltar porque já não se
via nada pois estavamos em plena escuridão.
Depois tomamos um bom banho no
mar, na linda e única praia que lá há.
Fomos almoçar a um pequeno
restaurante, o único lá existente que mais parecia uma tasquinha:
- O que é que há para comer?
(perguntou o meu marido a um rapazinho que veio servir-nos)
- Senhor, há caldeirada de
“pexe”.
-“Atão venha de lá essa
caldeirada”
No final o rapaz veio
perguntar-nos o que queríamos para sobremesa.
- Quero uvas.
-“Na” há.
-“Atão” quero peras.
Também “na” há.
- “Atão” o que é que há?
-Só há pêssegos.
-“Atão”venham daí os pêssegos.
Coitados eram muito pequenos e
verdes e estavam intragáveis.
Depois de um passeio pela ilha,
cerca das 5 horas da tarde voltamos para o barco.
Mais uma vez lá veio a alemã com
um ar que fazia dó, mas não havia outra forma de regressar e a viagem de
regresso foi mais dura que a ida pois com o vento as ondas entravam no barco
por um lado e saíam pelo outro. Não enjoamos até porque o meu marido achou por
bem tomarmos mais uma dose do medicamento.
Chegados ao parque de campismo
sentamo-nos a descansar, e embriagados pelos medicamentos, pois não deveríamos
ter tomado à vinda, adormecemos um encostado ao outro durante horas pois lembro-me que nem jantamos.
Passado mais ou menos um mês
vimos uma notícia num jornal diário sobre um burro que o faroleiro lá tinha. O
burro estava a ficar muito agressivo e ferrava nas pessoas. Então pensaram que
era por não ter companhia e resolveram trazê-lo a Peniche para ele “namorar”
uma burra mas coitado dele que também enjoou e não aconteceu nada. Então a
solução foi levar a burra até ele e assim já não houve complicação.
Athena
19.01.2016
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